por Marshall Goldsmith
Porque nos deixamos iludir!
Todos nós nos iludimos com nossas conquistas, situações e contribuições. Nós supervalorizamos nossa contribuição para um projeto; possuímos uma opinião exagerada sobre as nossas habilidades profissionais, comparando-as com a de nossos colegas; valorizamos o impacto do nosso projeto pela lucratividade, ao descontarmos custos reais e implícitos.
Muitas das nossas ilusões são provenientes da nossa associação com o sucesso, e não com o fracasso. Nós recebemos reforços positivos a partir dos nossos sucessos e pensamos que eles são indicativos de um futuro promissor.
O fato de que pessoas bem-sucedidas tendem a se iludir não é algo totalmente ruim. A crença em nosso potencial nos dá confiança. Mesmo que não sejamos tão bons quanto imaginamos, essa confiança realmente nos ajuda a sermos melhores do que seríamos, caso não acreditássemos em nós mesmos. As pessoas mais realistas do mundo não se iludem – elas tornam-se depressivas!
Embora nossa ilusão nos dá autoconfiança e ajudam a concretizar nossos objetivos, elas podem nos tornar resistentes à mudança. De fato, quando outros sugerem de que necessitamos mudar, nós podemos ter uma reação de indiferença e hesitamos em alterar nosso ponto de vista.
É uma reação interessante que pode ser dividida em três tipos de ação:
Primeiro, nos convencemos de que o nosso interlocutor está confuso. Ele está mal informado, e simplesmente não sabe sobre o que está falando. Ele deve ter lhe confundido com alguém que realmente necessita de uma mudança.
Segundo, quando nós percebemos que o nosso interlocutor não está confuso – talvez a percepção dele sobre as nossas metas e objetivos esteja correta – nós entramos no modo de negação. Essas críticas podem estar corretas, porém não são extremamente importantes – caso contrário, nós não seríamos tão bem-sucedidos.
Finalmente, quando tudo parece estar desmoronando, nós podemos atacar o nosso interlocutor, tiramos o crédito em sua mensagem: “Por que um vencedor como eu,” auto concluímos, “deve ouvir alguém perdedor como você?”.
Estas são apenas algumas das nossas reações iniciais para algo que não desejamos ouvir. Junte a isto uma interpretação bem positiva de que pessoas bem-sucedidas atribuem para (a) seu desempenho passado, (b) sua habilidade de influenciar o próprio sucesso (oposto de se considerar simplesmente sortudo), (c) sua crença otimista de que o próprio sucesso irá ter continuidade no futuro, e (d) seu senso exagerado de controle sobre o próprio destino (ao invés deste poder ser controlado por circunstâncias externas), e assim você terá uma mistura volátil de resistência à mudança.
Assim, como você pode ver, enquanto as suas crenças positivas sobre você mesmo ajudaram-no a se tornar bem-sucedido. Estas mesmas crenças podem torná-lo resistente às mudanças. As mesmas crenças que contribuíram para que você alcançasse o nível atual de sucesso, podem atrapalhá-lo na realização de mudanças necessárias para que você se mantenha lá – ou avance ainda mais.
Não caía nesta armadilha, e se você já caiu, não deve permanecer!
Dr. Marshall Goldsmith foi reconhecido como Coach Executivo nº 1 no ranking mundial pela GlobalGurus.org, estando dentre os pensadores mais influentes do mundo segundo classificação feita pela Thinkers50, que em 2015 o reconheceu como nº 1 Pensador em Liderança. Dentre seus 35 livros estão os best-sellers da revista Business Week, The Leader of the Future (O Líder do Futuro) e Global Leadership: The Next Generation (Liderança Global: A Próxima Geração), sendo seu último lançamento Triggers (2015). Dr. Marshall é uma autoridade mundial na ajuda de líderes de sucesso, na conquista de mudanças positivas de comportamento tanto em si mesmos quanto de seus funcionários e suas equipes.