por Clyde Colson
João aparentava ser um empregado satisfeito, o qual não gostava de chamar atenção ou fazer um grande alvoroço, porém, independente disso, executava as suas funções cuidadosamente e de maneira apropriada.
A diretoria da empresa inicialmente identificava João como um futuro líder e estava, de certa forma, desapontada com o fato dele não apresentar um desempenho no nível esperado. Ele estava realizando as suas atividades, de acordo com a descrição do seu cargo e com excelência, mas não possuía um desempenho de destaque, assim como era esperado.
João havia sido recomendado à empresa por uma companhia especializada em recrutamento, sendo que suas qualificações, formação e experiência pareciam se adequar plenamente ao cargo requerido. Ele foi então admitido, sem que nenhum tipo de avaliação comportamental tivesse sido utilizado durante o processo de seleção.
O uso dessa metodologia talvez não mudasse a decisão de admití-lo, mas, se uma avaliação comportamental fosse realizada, o Diretor da empresa saberia, desde o início, o que motivaria, o que deveria ser evitado e quais seriam as áreas de desenvolvimento de João.
Sem ter acesso a esse tipo de informação, o Diretor teve como base apenas a sua experiência em trabalhar com o João, para ajudá-lo a concretizar os seus objetivos.
Como parte da avaliação de desempenho anual, o Diretor decidiu solicitar o apoio de um Consultor de Recursos Humanos, o qual recomendou o uso das ferramentas da Extended DISC® no processo, não apenas para João, mas para toda a equipe de mais de 300 pessoas.
Tais informações trouxeram um novo ponto de referência para a futura gestão de pessoas na empresa.
A Análise de Perfil Comportamental Extended DISC® revelou pontos de atenção sobre João ao se observar seu “Estilo Natural” e o “Estilo a ser Ajustado”. Ao analisar sua resposta natural ao ambiente e sua autopercepção de necessidade de ajuste comportamental frente as demandas da situação atual, os perfis não apenas indicavam uma incerteza quanto ao papel profissional, mas também um sentimento de insegurança e possível frustração em relação a sua posição atual.
O Diretor não havia identificado essas características, ainda que ele já houvesse se questionado o motivo pelo qual João aparentava agir “no automático”!
A Análise de Perfil de João revelou as razões pela sua aparente falta de motivação e o Diretor da empresa, com a assessoria do consultor de Recursos Humanos, revisou a descrição do cargo de João para alterar o foco das suas responsabilidades, levando em consideração os fatores indicados na seção “Motivadores” de seu relatório de análise comportamental.
Ele começou a entender que o ambiente de João não estava mudando na velocidade que ele desejava. João necessitava de mais independência e maior envolvimento no planejamento de atividades futuras, na organização e desenvolvimento de estratégias e políticas, e na análise de resultados, ao invés de simplesmente reportar-se ao Diretor da empresa.
O relatório também apontava que a atual descrição de cargo de João, o forçava a aderir às regras rígidas, assim como o seu controle restrito sobre a sua área simplesmente reduzia a sua motivação.
O Diretor acreditava, de forma errônea, que ao dar suporte através de intervenções constantes, ele estaria ajudando João a se desenvolver, não compreendendo de que João precisava de mais independência.
A mudança de foco e abordagem funcionaram efetivamente e após seis meses, um novo relatório de Análise de Perfil Comportamental revelou que a reorientação das responsabilidades de João levando-se em conta as suas forças, trouxe uma rápida alteração em sua atitude e desempenho. As áreas de desenvolvimento, presentes em seu relatório, também foram consideradas para as quais o Diretor forneceu o suporte necessário.
O resultado de todo esse processo foi a promoção de João. Ele se tornou o Gerente Geral da empresa e agora trabalha próximo ao Diretor, em um nível que se adequa às suas qualificações, experiência e, o mais importante, ao seu perfil comportamental. Finalmente, João percebeu seu verdadeiro potencial!
Clyde Colson é Diretor Geral da Extended DISC – Australasia, conduz o treinamento de certificação Master Trainers, é expert na teoria e aplicação do Modelo DISC e responsável pela Extended DISC na Austrália e Nova Zelândia, desde 1999.