Clareza Gera Gentileza

Entenda como comportamentos que buscam fugir de discussões desconfortáveis podem acabar diminuindo o desempenho e motivação da sua equipe!

por Brené Brown 

O que precisa mudar no modo como as pessoas estão agindo para que os líderes obtenham sucesso em um ambiente complexo, oscilante e repleto de novos desafios e demandas insaciáveis por inovação? 

Nós começamos nossas entrevistas com líderes sêniores, com esta pergunta. E, dentre as respostas, houve um tema em comum: Nós precisamos de líderes mais corajosos e culturas mais incentivadoras. 

Para entender melhor, perguntamos: Por que coragem? e O que poderia estar dificultando a criação de culturas mais incentivadoras? 

Dos dez comportamentos e aspectos culturais identificados como obstáculos para coragem, um foi classificado como a maior preocupação: Evitar conversas difíceis, que envolvam a devolutiva de feedbacks honestos e produtivos. 

Alguns líderes atribuíram esta dificuldade para uma possível falta de coragem, outros para ausência de determinadas competências e, surpreendentemente, mais da metade afirmou que o traço cultural de ser “gentil e educado” se tornou uma desculpa para se evitar conversas difíceis. 

Independentemente da razão, uma saturação estava presente nos dados, a qual indicava que as consequências, de se evitar conversas difíceis ou fugir de discussões desconfortáveis, eram: 

  1. Diminuição de confiança e engajamento, 
  2. Aumento de comportamentos problemáticos, como atitude passiva-agressiva, falar mal dos outros pelas costas, conversa paralela e privada, fofoca e o “sim perverso” (quando eu digo “sim” na sua frente e depois faço o oposto, pelas suas costas) 
  3. Declínio no desempenho, devido à ausência de clareza e propósito compartilhado 

Nos últimos anos, aprendemos algo sobre clareza e a importância de conversas difíceis, que mudou tudo, desde o jeito como conversamos entre nós, até a maneira como negociamos com parceiros externos.  

É simples, porém transformador: Clareza gera gentileza. 

Eu ouvi essa expressão, duas décadas atrás, em uma reunião, porém, eu estava me deparando com tantos aforismos, que, na época, eu nem havia pensando nisso, até observar os dados que mostravam como a maioria de nós evita a clareza, por pensar que, desta maneira, estamos sendo gentis, quando, na verdade, estamos sendo justamente o contrário.  

Alimentar as pessoas com meias verdades ou alguma besteira que as façam se sentir melhores (algo que, quase sempre, traz muito mais conforto para nós do que para elas) não indica gentileza. 

Não ser claro, com um colega, em relação às suas expectativas, porque é muito difícil, mas responsabilizá-lo ou culpá-lo por não entregar os resultados esperados, não indica gentileza. 

Falar sobre alguma pessoa, ao invés de dialogar diretamente com ela, não indica gentileza. 

Essa lição transformou de uma maneira a minha vida, que eu busco segui-la, inclusive, em minha casa. 

Se a minha filha está tentando encontrar uma maneira de lidar com uma amiga da faculdade, ou se o meu filho precisa falar com um amigo sobre um determinado assunto, eu sempre busco salientar que: clareza gera gentileza.  

Quando precisamos participar de uma conversa difícil, nós à chamamos de “a hora da verdade”. Para nós, isso não é só uma maneira diferente de se dizer, “Vamos conversar claramente, mesma que isso seja difícil”, mas uma intenção sincera e um lembrete para revisão de comportamentos. 

A “hora da verdade” é uma discussão, conversa ou reunião definida pelo compromisso de permitir-se ser vulnerável, de manter-se curioso e generoso, de permanecer no meio da identificação e resolução de um problema, de dar um intervalo e voltar ao assunto, quando possível, de ter a coragem de assumir suas responsabilidades, e, como a psicóloga Harriet Lerner ensina, de ouvir com a mesma paixão que gostaríamos de ser ouvidos

Mais do que tudo, quando alguém fala “É a hora da verdade!”, faz com que eu me torne disponível e abra minha mente e coração, buscando resolver o problema e nossas diferenças, e deixando o meu ego de lado. 

Colocar uma armadura e proteger nossos egos raramente proporciona conversas que sejam produtivas, gentis e respeitosas.  

Texto adaptado do livro “A Coragem para Liderar: Trabalho Duro, Conversas Difíceis & Corações Plenos”  

Fonte: https://www.linkedin.com/pulse/clear-kind-unclear-unkind-bren%C3%A9-brown/ 

Dra. Brené Brown é professora e pesquisadora da Universidade de Houston. Há vinte anos estuda a coragem, a vulnerabilidade, a vergonha e a empatia e é autora de diversos livros que abordam tais temas. 

Marizete Zatt Flor

Graduada em Administração de Empresas, pós-graduada em Recursos Humanos, com diversas especializações nacionais e internacionais. Certificada em Liderança e Coaching Executivo (Ohio University of business e Master Coach MCC - Behavioral Coaching Institute. Experiência de mais de 20 anos na área de Recursos, Humanos, atualmente Diretora de Operações na Extended DISC do Brasil.

//
Nossa equipe de suporte ao cliente está aqui para responder às suas perguntas. Aguardamos seu contato